quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Solidão a Dois

Mais um post da nossa querida : @desejosocultos

Estar sozinho não é tarefa fácil, eu sei. Não ter aquele amigo de fé com quem escolher o sabor da pizza, a família por perto para dar conselhos sobre a nossa vida ou um amor com quem dividir a cama e os planos de vida todas as noites é como viver sem sentir-se completo. Mas você já pensou em como é se sentir sozinho?

Existem pessoas que tem tudo: um emprego em que trabalham oito horas por dia e ganham bem, uma casa na praia de frente pro mar, uma agenda cheia de compromissos sociais e até uma família de propaganda de margarina e, mesmo assim, convivem com esse sentimento. Acredite: com algumas delas você se depara no seu dia-a-dia. Sei disso porque são fáceis de identificar pelo olhar perdido, pelo vazio que carregam, pelo silêncio dentro de si que grita - e que eu ouço.

Sempre tive o costume de prestar atenção nos indivíduos, desde os objetos que carregam – e que revelam grande parte da sua identidade, de seus valores e interesses – até o comportamento que adotam diante de determinadas situações. Às vezes chego a imaginar uma história inteira de vida para algum motorista preso no trânsito enquanto espero o meu ônibus; noutras, penso que não sou normal ao fazer isso. Em raros casos, tenho vontade de sorrir gratuitamente pra pessoa ou de oferecer-lhe um abraço apertado. Em uma única situação, fiz isso de verdade. E naquele instante nós percebemos que eu tinha despertado um sentimento de vivacidade que estava adormecido há tempo, um verdadeiro agente transformador - se não da vida daquela pessoa, pelo menos do seu dia. A solidão e a amargura tinham se dissipado. Voilá. ” Ufa”, pensei. Deu certo.

Portanto, se algum dia você identificar alguém que se sente sozinho (você precisará ter um senso apurado, porque é muito difícil falar abertamente sobre isso – normalmente essas pessoas agem com naturalidade), ouse mostrar que você a percebe, que participa do seu momento e que agora ela não precisa mais se sentir assim. Afinal, quanto mais se compartilha solidão, mais ela desaparece, dando lugar à plenitude.

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